quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Oswaldo Cruz e Madureira


Oswaldo Cruz e Madureira são parte doque outrora se chamou freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá,curruptela do termo tupi yra-yá, ou "o lugar de onde brota o mel". Criada em 1647, a freguesia compreendia boa parte das terras situadas no sertão carioca, na antiga sesmaria concedida inicialmente a Ântonio da França, em 1568. Até a primeira metado do século XVIII, essas terras trocaram de mão diversas vezes, sempre por meio de concessões reais e desmembrada em fazendas menores. Nesse longo período, a produção de vastas lavouras movimentou os portos de Meriti Pavuna. por onde passavam faluas carregadas com açúcar e aguardente. Sem as facilidades das freguisias situadas mais próximas á baía, o recôncavo foi sendo cortado por caminhos abertos pelas tropas de muraes que viajavam regularmente pela região. Nas terras destinadas principalmente ao engenho de cana -de açúcar, desenvolvia-se a cultura de milho, mandioca, feijão e uma pequena criação de animal. O movimento pelos sertões fluminenses garantiu ainda o surgimento de uma pequena indúsria representada por olarias e fundições.

O local onde estão hoje os bairros de Madureira e Oswaldo Cruz eram originalmente parte da Fazenda do Campinho, concedidada a Dona Maria de Oliveira em 1617 e passaria ´ss mãos do Capitão Francisco inácio do Canto em 1800.

no local existiu o antigo Forte Nossa Senhora da Glória do Campinho, erguido em 1822 e desativado em 1831. Surgido na mesma época de outras fortificações a construção militar guardava a região contra possíveis ataques vindos pela Baía de Sepetiba. Com efeito, uma pequena guarnição permaneceu ali até 1851, instalou-se no local a Frabrica de Artigos Pirotécnicos do Exército, que funcionou até 1900. A partir dessa data, o Queinto Regimento de Artilharia de campanha ocupou o lugar, que teve varias denominações ai por diante, como por exemplo: 15 Regimento de Cavalaria Mecanizado (15 RCMec), popularmente conhecido como Quartel do Campinho.

No vale do Rio das Pedras, mais a oeste da Freguesia do Irajá situava-se a fazenda do português Miguel Gonçalves Portela-um grande engenho de cana -de - açúcar que produzia aguardente e rapadura. Conhecido como Engenho do Portela, a regia passaria a chama-se já no século XVIII e Fazenda do Portela. A fazenda fazia limite com a propiedade de Lourenço Madureira, cujo o nome seria escolhido para batizar o futuro bairro.

Hitória curiosa a do boiadeiro Lourenço. Ele estabelesera ali uma roça de mandioca e milho, fazendo prosperar as terras que arrendou do capitão Inácio do Canto. O poderoso propietário da fazenda do Campinho. Lourenço conquistou o respeito e a dimiração de população local pelo grande desenvolvimento que levou para a região. A fama do boiadeiro também cresceu por conta do posterior lítigio com a viúva de Inácio do Canto, Dona Rosa Maria dos Santos, falecida em 1846. A dispulta transformou Lorenço no protagonista doi primeiro processo legal por posse de terras no Rio de Janeiro, o que certamente granjeou simpátia popular . Sua fazenda, dividida em glebas que , mais tarde, dariam origem a Madureira , fora ocupada por muitas chácaras, situadas entre o Engenho do Portela e o Engenho de Fora.

Justamente em uma dessa chácara, pertencentes á Dona Clara, viúva de Domingpo Lopes - político influente na então Freguesia do Irajá- seria construida em 1986 a estação de bonde que recebeu o nome da benfeitora, pois Dona Clara sedera parte das terras para que se erguesse a estação bem próxima a atual Estação Madureira. Com o progresso da localidade, a pequena parada de Dona Clara chegou a ser elavada a categoria de estação, mas funcionou por apenas um ano. Ali, os trens suburbanos passaram a fazer a volta, deixando de retornar ao antigo "giratório" de Cascadura, onde toda composição, vagão por vagão, fazia lentamente o retorno. Em 1987, inauguro-se o ramal circular dos suburbios, extiguindo-se a antiga parada.